No tempo em que estive realmente dedicado a escrever a respeito da vida do bebê Charles Waring Darwin, o tempo de redação, não o de pesquisa, precisei de um grau de concentração que não imaginei que poderia conseguir. O tempo efetivo de que dispunha para a escrita sempre foi exíguo, urgente, em períodos isolados entre meses e às vezes até mesmo anos.
A maneira com que mais rapidamente eu conseguia me concentrar era relendo o que já havia escrito, sempre desde o começo, e colocando a tocar uma playlist de alguns compositores em sua maioria contemporâneos de Darwin (F. Chopin, R. Schumann, …).
Em algum momento, acabei colocando irresponsavelmente na lista uma peça extemporânea de Ravel. Esta abaixo… Enquanto tocava a melodia era impossível para mim escrever uma vírgula, mas, se não fosse por ela e por uma outra melodia que me demovia internamente, nunca eu teria ido até ao final do livro. Se tivesse sido escrito no papel, aqueles originais teriam marcas que apenas eu vi e entendi.