Potinhos

Quando o silêncio me interpela
é igual a uma rachadura na voz.

Isso me faz em caquinhos –
caso você não possa ver –

e me faz em pedacinhos
como se me fosse dissolver

(uma palavra ao fim do dia
basta para uma noite macia?).

Quando o silêncio me diz melhor
é seu discurso que me remodela.

Como, depois disso tudo,
eu pensaria em resistir?

Tudo o que penso foi refletido
por eras a fio, de espera –

quebrar-me, certo, mas para
voltar a caber em seus potinhos.

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