Ao meio-dia

Com o coração num embrulho
e as pernas trêmulas,
vejo vazia e imensa
uma estrada pela frente.

A solidão nessa hora
não parece boa. Há menos
o que fazer de mim mesmo
a cada dia.

Num atrito entre as malas,
veja, não caibo mais.
Onde fui parar?
Eu não sei.. Mas, além disso,

o bom mesmo é não ir
a lugar algum.
Era ter em você
o que respirar.

Cápsula desacoplada
de tudo (temos um
problema) a que ninguém
pode acoplar…

Ao meio-dia, a noite
não assusta tanto
e o tempo… Ele só se move
mesmo por um defeito.

Viver é uma estupidez
a exigir menos
coragem
que covardia.

Olhe (não muito)
o meu beijo de adeus
para aguentar ver
cacos do meu coração (juntos dos seus).

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