Nunca estou
para onde posso olhar.
Eu sempre me detenho nisso
(parece vício).
Os doces permanecem na mesa.
Não os provei.
E o troco do tempo perdido sempre
me é suprimido.
Nessa conta nula, menos zero,
vou procurar por mim ao espelho.
Fui em quem pôs ali
a imensidão desse furo?
Como não vi que me arrombava
quando te conheci, quando te amava?
Era um dragão que se manobrava
e agora, quieto, não voa, está solto.
Tonto de tanto mar revolto,
às vezes paro aqui.
E, às vezes, quando não me queres,
eu volto.