Os braços pendem
de inúteis flâmulas
e frangalhos.
O corpo é essa
couraça varada
em arranhaduras.
Olhos fechados
de tristeza – e uma dor
que perdura por anos.
Alma é a mesma
má conselheira de erros
tolos e enganos.
O coração?
Joia quebrada e
guardada sem lado
(levei-o uma vez
à oficina e voltou
pior, sem doçura).
Ter ido à guerra
só travou-me em esperas,
chicotes, trabalho.
A alma salvei-a
com mãos nuas de quem
me a teria roubado.
Meu corpo
não serve de depósito de vinganças
(e nem sepultura).
Grandes coisas
sem serventia
queimei sem gosto.
Querer nada –
essa rebeldia –
perfeito espantalho…
O dragão que eu desejei
de quase nada mais serve –
nem pensamento
(só para empalhe mesmo).
Talvez assuste alguém assim
nesse lugar de empalamentos.