Evernia Prunastri

Mais nada ataca a árvore
quando a casca lhe excreta a seiva.

E os galhos que estendem as mãos
às unhas que a arranharam.

No vale, dez outras iguais
curvam-se ao sabor do vento

ou morrem de um raio, de uma
tormenta. Mas ela, não.

Ela sangrou cinquenta vezes
ou até mais. O que me dizes?

Se a visses bem, entenderia
o que a suporta: a sombra escassa

com que acalenta… E a chuva escorre
só o necessário. Das folhas

que se desprendem não morre mais.
Ela suspira.

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