Na floresta, no amanhecer

𝘈 𝘵𝘩𝘰𝘶𝘨𝘩𝘵 𝘤𝘢𝘳𝘳𝘪𝘦𝘴 𝘢 𝘶𝘯𝘪𝘷𝘦𝘳𝘴𝘦
𝘈 𝘴𝘦𝘦𝘥 𝘤𝘢𝘳𝘳𝘪𝘦𝘴 𝘢 𝘧𝘪𝘦𝘭𝘥 𝘰𝘧 𝘨𝘳𝘢𝘪𝘯
𝘓𝘰𝘷𝘦 𝘭𝘪𝘦𝘴 𝘪𝘯 𝘵𝘩𝘦 𝘢𝘳𝘮𝘴 𝘰𝘧 𝘤𝘩𝘢𝘯𝘨𝘦
𝘈𝘴 𝘢 𝘫𝘰𝘺 𝘤𝘢𝘳𝘳𝘪𝘦𝘴 𝘢 𝘱𝘢𝘪𝘯
𝘈𝘯𝘥 𝘯𝘰 𝘰𝘯𝘦 𝘬𝘯𝘰𝘸𝘴
𝘏𝘰𝘸 𝘸𝘪𝘭𝘥 𝘵𝘩𝘦 𝘸𝘪𝘯𝘥 𝘣𝘭𝘰𝘸𝘴

𝘔𝘰𝘭𝘭𝘺 𝘋𝘳𝘢𝘬𝘦, 𝘏𝘰𝘸 𝘞𝘪𝘭𝘥 𝘛𝘩𝘦 𝘞𝘪𝘯𝘥 𝘉𝘭𝘰𝘸𝘴

1

Quando o vento se fechou em minha boca
vi minhas palavras dormindo no amanhecer.

2

Fora, uma longa estrada derrubada em minhas costas,
um lago tão escuro e denso e que não me devolviam nada.

3

Eu hoje esvaziei meus sonhos e finalmente agora
posso ver outras palavras acordando pela primeira vez.

4

Mais cedo expulsei as memórias pelas janelas de dentro.
Preciso de distância e só mais tarde ver o que irá acontecer.

5

Eu preciso ficar longe um pouco
e ver o que isso dirá em mim.

6

E não lamentar mais nada.
E deitar os velhos sonhos na estrada.

II

1

Agora, coisas soltas adormecem ao lado do sol
e nem uma árvore sorri. Tão diferente…

2

Um elemento novo, de assombro,
me apruma com um som de catástrofe.

3

Mas ninguém virá em minha busca
e o que eu sei é inútil, não me serve de nada.

4

Num momento solitário, como o dos frutos,
espero ter o que preciso.

5

Dessa vez não direi nada às memórias
e, em recompensa, elas nada me dirão.

6

O universo de antes se adiantará outra vez
como a mesma dentada do cão.

7

Mas eu já disse que nada me ataca. Só tenho futuro.
O passado resulta de uma conta errada.

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