Vivo numa cidade onde não posso morrer.
E esbarrando em coisas não construídas
na seguinte, paralela a esta, mal distingo
em suas sombras uma da outra.
Na mesma penumbra onde adormeço,
evito a todo custo sabê-la. Meus pés
não a tocam direito nem permito
a mim mesmo que a tome por minha.
Eu não morreria aqui, não mereço
o sol falso gelando meu sangue.
A ter a face na bandeira sozinha, melhor
a solidão lunar do dragão já lançado.
Para que as viva como se fossem a mesma,
a triste ou a que se alegra por nada,
criei para mim um lugar descampado
onde é para sempre domingo.