Naufragam na tarde luminosa
dias inteiros adiantados.
O que vieram fazer aqui, ao meu lado,
coisas que nem aconteceram?
–
A ponte que sem dúvida já sabe
o que lhe passará por cima amanhã.
A sombra inerte da paineira
e o que já a espinha por dentro.
–
Não é que se chega antes, às vezes,
mas, então, tudo está esclarecido
como o pó do chá no fundo da xícara
e a água que nunca esfria.
–
Passei por tudo, mas o que passou?
Eu não entendo por que ainda
continuo olhando o que não há.
Coisa do coração que diminui dia a dia…