Juan Eduardo Cirlot (1916-1973)
trad. do espanhol
Vasculho no silêncio da gruta
as runas sob o branco da lua.
E, enquanto vou procurando,
afio minha espada com o nada.
Há algo no coração que é de dragão.
Eu luto contra um monstro, mas não o mato.
Buscar, continuo buscando:
o castelo do anel,
o estreito nessa voz branca.
Tenho um nome de sombra;
o meu não é um nome de homem.
Eu rasgo de preto para branco,
arranco do branco para o rubro,
eu rasgo do rubro; eu quero o ouro –
o ouro do seu ser e seu morrer,
cálice azul em que a luz descoberta
sela a lucidez do infinito.