Raymond Chandler apud Mario Levrero

Como fiz estes dias com uma máxima de Goethe acerca da condenação ao hermetismo, hoje preciso fazer o mesmo com uma citação de Raymond Chandler que encontrei em “Deixa comigo”, de Mario Levrero. Num parágrafo apenas, ele fala sobre autores oficiosos que dispensam a inspiração e sugere o que fazer de seus livros. Seja como for, é muito gratificante ter um pensamento e, ao pensar em registrá-lo, encontrar quem já o tenho feito, ainda mais dessa forma.

raymond“Leio constantemente como os autores dizem que jamais esperam que chegue a inspiração; o que eles fazem é se sentarem em seus escritórios todas as manhãs às oito, faça chuva ou sol, com os restos de uma bebedeira, um braço quebrado, ou o que seja, e vomitam sua pequena cota. Não importa quão em branco estejam suas mentes ou quão espremidos seus cérebros, nada de inspiração absurda com eles. A eles entrego minha admiração e meu cuidado de evitar seus livros.” (CHANDLER, Raymond. In: LEVREIRO, Mario. Deixa comigo. Rio de Janeiro: Record, 2013. p. 132)

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