José Tyarayu.
O índio que bateu-se contra gauchos e portugueses, sendo mais tarde adotado por sua tradição.
Não suficientemente português. Não o bastante espanhol. Assassinado por ambos.
Não comunista que clamasse ser o “dono” das terras, mas independente.
O santo cuja graça mal se alcança, pois sequer compreende-se o que ele oferta.
O herói que morreu protegendo a vanguarda dos índios em fuga.
O vilão das tribos inimigas charruas, minuanos, arachanes, insubordinadas para sempre.
O índio e os violinos improváveis, e seus livros em grego e latim.
Chaga aberta do Ocidente na memória da América Latina. Uma de tantas.
O personagem padrinho daquele Pedro Missioneiro.
O tio de tantos piás. Seu ídolo e exemplo
José, cujo nome é tão comum quanto uma folha de sepé.
Intrépido e temerário, jogando o peito nu de encontro aos bacamartes.
E no escuro da noite, um gemido de flauta e o lunar tremeluzente, por entre as nuvens e o tempo.